Os fundos imobiliários (FIIs) e os fundos do agronegócio (Fiagros) estão em destaque no mercado financeiro após o veto do presidente Luiz ...
Os fundos imobiliários (FIIs) e os fundos do agronegócio (Fiagros) estão em destaque no mercado financeiro após o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à isenção fiscal para essas categorias de investimento na nova regulamentação da reforma tributária. O impacto imediato foi sentido no Índice dos Fundos Imobiliários (IFIX), que apresentou queda de 1,41% na sessão desta sexta-feira (17).
O Que Mudou com o Veto?
A decisão presidencial excluiu os FIIs e Fiagros das isenções previstas na reforma tributária, que estabelece dois novos tributos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Esses impostos, que compõem o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), agora incidirão sobre aluguéis – uma das principais fontes de receita dos FIIs.
Especialistas alertam que a mudança não significa o fim da isenção sobre dividendos dos FIIs. Marcos Baroni, head de pesquisa de fundos imobiliários da Suno Research, explicou que o impacto imediato será pequeno e só começará a ser percebido mais fortemente a partir de 2029.
O Impacto no Curto e Longo Prazo
Apesar da queda nas cotações, os analistas concordam que o impacto sobre os rendimentos será gradual. Em 2025, os rendimentos dos FIIs devem permanecer praticamente inalterados. Uma alíquota inicial simbólica começará a ser aplicada em 2026, com aumentos progressivos até atingir níveis mais significativos em 2029.
Rodrigo Medeiros, da Desmistificando Research, destacou que a negociação entre locadores e locatários será crucial para minimizar os efeitos da tributação. Ele sugere que a nova tributação seja incorporada aos aluguéis, mas reconhece que isso pode gerar resistência dos inquilinos.
Danilo Bastos, da Ticker Research, prevê que o impacto máximo na receita dos FIIs só será sentido em 2032 ou 2033, com uma redução de até 10% nas receitas. Ele ressalta que os efeitos dependem da capacidade dos fundos de repassar a tributação para os inquilinos ou ajustar os spreads nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Perspectivas e Reações do Mercado
O secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, justificou o veto com base em argumentos jurídicos, apontando a ausência de amparo constitucional para manter os fundos como beneficiários das isenções fiscais.
Apesar das mudanças, especialistas indicam que os FIIs continuam sendo uma alternativa competitiva em relação a investimentos diretos em imóveis, já que a tributação afetará tanto investidores institucionais quanto pessoas físicas.
Com os impactos ainda distantes de se tornarem significativos, os investidores têm tempo para ajustar suas estratégias e avaliar as melhores oportunidades no mercado de FIIs.
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